A maioria dos prédios históricos de Teresina está em decadência, prestes a cair sobre a cabeça de qualquer transeunte desatento. E boa parte das antigas construções que conseguiram manter-se sem grandes danos perante as tiranias do homem e do tempo ainda é obrigada a suportar, em sua fachada, latadas de metal e plástico que propagandeiam lojas e outros estabelecimentos comerciais. Uma arquitetura completamente desfigurada. Isso quando escapam à demolição. Não é raro ver, nos bairros centrais da capital, casarões e sobrados dando lugar a estacionamentos rotativos ou depósitos de bebidas. Defender essas construções não se trata de saudosismo: “a memória é uma das formas com as quais o homem trava conhecimento com as coisas do mundo”. Além disso, esses casarões históricos carregam consigo vários mistérios e signos a serem decifrados.
A Teresina com ares de aldeia, descrita por H. Dobal em suas crônicas, agora é uma lembrança antiga na recordação dos habitantes mais velhos da cidade. O crescimento populacional na Chapada do Corisco foi imenso, mas, paradoxalmente, o contato entre os indivíduos se tornou cada vez mais exíguo e superficial: “ossos do progresso”, as árvores também sabem perfeitamente desses dissabores que a modernização dos tempos traz. Teresina parece não querer honrar com a antonomásia de “cidade verde”. Todos os dias, especialmente no perímetro urbano da capital, árvores caem impotentes perante a fúria de machados e motosserras. Em seus lugares, condomínios de luxo, supermercados ou, simplesmente, uma calçada de concreto. “A raiz faz rachar todo o cimento”, alega a dona de casa exigente.
A Teresina com ares de aldeia, descrita por H. Dobal em suas crônicas, agora é uma lembrança antiga na recordação dos habitantes mais velhos da cidade. O crescimento populacional na Chapada do Corisco foi imenso, mas, paradoxalmente, o contato entre os indivíduos se tornou cada vez mais exíguo e superficial: “ossos do progresso”, as árvores também sabem perfeitamente desses dissabores que a modernização dos tempos traz. Teresina parece não querer honrar com a antonomásia de “cidade verde”. Todos os dias, especialmente no perímetro urbano da capital, árvores caem impotentes perante a fúria de machados e motosserras. Em seus lugares, condomínios de luxo, supermercados ou, simplesmente, uma calçada de concreto. “A raiz faz rachar todo o cimento”, alega a dona de casa exigente.
Completando agora 158 anos de idade, Teresina ainda guarda muito do seu provincianismo. Mas essa cidade localizada entre rios no sertão do Piauí possui tímidas ambições à metrópole. E nesse contexto, o desafio é crescer sem que se perca a essência, a identidade.
Lucas Coelho - diretor do CACS - UFPI
Parabéns razão do meu orgulho, do orhulho de toda família, de toda Teresina a quem voce prestou essa homenagem.... Parabéns mesmo! um abraço - FILIPE COELHO
ResponderExcluirLegal Lucas, a indignação, revolta e denuncia que o texto expõe apontando para um dos grandes problemas que enfrentamos: a identidade cultural do Piauí, que parece se perder a medida que o mundo aproxima-se de nossa história, essa urbanização desenfreada parece querer engolir uma tradição, e parece não existir resistência para barrar essa destruição histórica.Nossa cidade, a que amo cada fragmento, a que me forja é a que quero que cresça e mantenha suas raízes firmes, afinal 158 anos de mocidade , de juventude e de uma beleza específica merece todo nosso carinho.Não seremos tolos de mutilar os olhos diante da verdade, uma verdade corrosiva, a da desigualdade que nos cerca, a dos desafios que temos que enfrentar para conseguir poder ,de fato, comemorar, e poder dizer que estamos entre os melhores.Mas no poente, no termino do caloroso dia, vemos o sol dourado mergulhando no horizonte e nas águas do Parnaíba, lembrando toda sua beleza e potencialidade! abraço Lucas!
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